O autor começa ressaltando que a cultura de
convergência vai muito além de mudanças e desenvolvimento das plataformas de
mídia. Ele ressalta que perpassa também pela convergência de mídia, pela cultura
participativa e envolve também a inteligência coletiva englobando-se aí
aspectos culturais e sociológicos. Principalmente no que diz respeito à
produção de conteúdo advindo daquilo fluxo midiático da web. Isso trouxe à tona a tensão entre velhas e
novas mídias que acabaram forçando os conglomerados midiáticos a estudarem o
comportamento dos consumidores. Esse tipo de investimento apareceu com a
necessidade de criar estratégias para compreender e alcançar o público-alvo. A
quantidade de informações disponíveis e o número de ferramentas que permitem o
acesso do consumidor de várias maneiras, acaba por transformar a relação com
seu objeto de consumo. No texto, o autor explica que convergência vai muito
além de um fenômeno tecnológico e de plataformas, pois, leva também a uma
transformação social e cultural. Então, Jenkins faz sua análise tendo como
objeto seriados e filmes americanos e aplica conceitos como: knowledge communities, affective economics,
transmedia storytelling e a cultura participativa.
O primeiro, knowledge
communities, consiste em antecipar partes dos programas. Uma espécie de
vazamento de informações, onde geralmente os fãs mais aficionados de algum programa/filme/etc
se empenham na busca de novidades e divulgam isso pelas mais diversas formas. Nesse
aspecto, é analisado o modo de compartilhamento e questões éticas ao espalhar o
material e de que forma a comunidade interessada no assunto reage a esse tipo
de prática. Ele também observou que isso passou a influencias também o setor
comercial do produto e concluiu que “as
comunidades de conhecimento são o centro do processo de toda a convergência
popular de mídia. Os produtores televisivos querem direcionar o tráfico do
programa de televisão para a internet e outros pontos de entrada da franquia. Ou
seja, pode ser um telefone celular, um console de jogos, um programa de rádio
no formato podcast, embora os interesses entre produtores e consumidores não
são os mesmos e às vezes se sobrepõem.”
Sobre o affective
communities, o autor relata que a convergência não ocorre somente quando existem
produtos e serviços num espaço regulado, mas quando o público estácom a própria
mídia em mãos e tem poder sobre ela, onde ressalta que esse conteúdo de
entretenimento não está somente nas plataformas de mídia, mas tem envolvimento
também com nossas próprias histórias de vida, memórias, acontecimentos do
cotidiano que perpassam por esses canais do mesmo modo, chegando a ser visto
como uma nova perspectiva da teoria de
marketing, além de os fãs terem grande influência sobre a programação.
O transmedia
storytelling é quando um produto (uma narrativa transmidiática, por
exemplo) é feito para não caber dentro de uma só mídia, tendo espaço para
desdobramentos em diversos âmbitos, possibilitando inclusive produções
paralelas, onde cada produção contribui para o material no todo. Nessa perspectiva,
o autor observa que o produto como um todo pode ser “subdividido” em jogos,
revistas, quadrinhos, blos e todos têm independência, pois, podem ser
compreendidos perfeitamente pelos consumidores. Produtos esses que são
resultado de parcerias entre autores e consumidores, onde o segundo contribui
diretamente para a expansão do conteúdo.
Na Cultura Participativa, Jenkins observa o quanto
os fãs/consumidores assíduos de produtos de entretenimento, tem sua importância
no mercado. Esse público é um segmento de grande potencial lucrativo. Ele produz,
ainda que amadoramente, seu conteúdo midiático e é dessa forma que estabelece
um novo tipo de relação com os produtores de livros, filmes, séries, pois passa
a querer ter um completo envolvimento com aquilo que admira. A internet permitiu
esse tipo de interferência que praticamente fundiu o papel de produtor e
consumidor midiático.
Nenhum comentário:
Postar um comentário